Análise de contato de substâncias psicoativas entre escolares nascidos entre 1999 e 2005 no município de Lajeado - RS
Dr. Luís César de Castro
Diagnóstico feito a partir de pesquisas com estudantes, de 12 a 17 anos de idade, revelou dados alarmantes sobre o consumo de substâncias psicoativas por adolescentes de Lajeado. Dentre os índices mais preocupantes, está o crescimento do consumo de álcool. O percentual daqueles que consumiram alguma vez na vida passou de 63,1%, em 2012, para 75,6%, em 2017/18. Destes, 92,8% teriam usado a substância nos últimos 12 meses - o que caracteriza a continuidade de uso. Assim, ao atingir 17 anos, os estudantes apresentam comportamento de consumo de bebidas alcoólicas de um adulto, ou seja, quando nem sequer deveriam ter provado o produto, já possuem uma trajetória de utilização. Segundo o coordenador da pesquisa, professor Dr. Luís César de Castro, este consumo, anterior aos 25 anos, é extremamente prejudicial. Substâncias psicoativas como o álcool podem provocar prejuízos ao desenvolvimento do córtex pré-frontal do cérebro e assim gerar dificuldades neuropsicológicas, incluindo danos cognitivos e falhas na maturidade cerebral. “Quanto mais cedo fazem uso de álcool, mais prejuízos têm e mais suscetíveis ficam à dependência. Por isso, é tão necessário combater a precocidade de uso através do fortalecimento dos ambientes familiar, escolar e social”, ressalta Castro.
O contato com outras drogas lícitas, como o tabaco e calmantes, segue a tendência do álcool. No caso do cigarro, o percentual daqueles que continuaram consumindo depois de experimentar subiu de 46,4% para 60% do total, o que pode estar relacionado à diminuição de propagandas contra o uso desta substância. Já a utilização dos medicamentos tranquilizantes cresceu de 8% para 11%. “Muito desse acesso aos medicamentos controlados ocorreu sem prescrição médica e, sim, por oferta de adultos”, afirma Castro. Luís César de Castro, coordenador da pesquisa.
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